Segurança alimentar é a garantia de todas as dimensões que inibem a ocorrência da fome, é a disponibilidade e acesso permanente de alimentos, pleno consumo sob o ponto de vista nutricional e sustentabilidade em processos produtivos.
As mudanças climáticas, a escassez de recursos hídricos ou a degradação dos solos, são algumas das ameaças que colocam em perigo a segurança alimentar, assim como, a explosão demográfica, falhas de governança, crises sanitárias e socioeconômicas.
A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabeleceu um prazo para o fim de todas as formas da fome no mundo, e até 2030, os governos e a sociedade civil devem aplicar ações de mitigação dessa grave situação que mata e afeta a qualidade de vida de tantas pessoas no mundo.
No Brasil, a alimentação é um direito básico do cidadão, e está garantida em nossa constituição, na ementa EC 064/2010, e para que isso fosse assegurado, o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), foi criado.
O Termo “Segurança Alimentar”
O termo “Segurança Alimentar” surgiu logo após a 1ª Guerra Mundial, quando, percebeu-se que a superioridade de alguns países não dependia exclusivamente da sua capacidade bélica, mas também, da garantia da autossuficiência alimentar da sua população, sendo assim, tornou-se um termo militar, sendo intimamente associado à segurança nacional até a década de 1970.
Muito tempo se passou desde a 1ª Guerra Mundial, e mesmo com a retomada da agricultura e da distribuição, importação e exportação de alimentos, milhares de pessoas ainda se encontram em situação de insegurança alimentar, e extrema fome.
No ano de 2021, um ano e meio após o início da pandemia de Covid-19, mais de 20 milhões de pessoas foram colocadas em níveis extremos de insegurança alimentar, atingindo um total de 155 milhões de pessoas em 55 países.
Só no Brasil, um país com uma população em torno de 213 milhões de habitantes, mais da metade, cerca de 116 milhões de pessoas, enfrentavam algum nível de insegurança alimentar, das quais quase 20 milhões passavam fome.
Para se acabar com a insegurança alimentar
Para acabar com a insegurança alimentar, e consequentemente com a fome, algumas medidas devem ser tomadas, a maior parte delas no âmbito governamental, e na produção dos alimentos.
Algumas medidas são:
- O controle de defensivos, como agrotóxicos, por exemplo. O Brasil é hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e o uso inadequado desses produtos trazem riscos à saúde dos consumidores. além de ser um fator de contaminação dos solos, que com o passar do tempo e com a quantidade desses produtos em sua superfície, se tornam inférteis.
- Produção mais sustentável. Com o problema dos agrotóxicos, manter uma produção mais sustentável, norteando ações relativas à irrigação consciente e à redução ou eliminação do uso de defensivos, é a melhor opção, tanto para o agronegócio, quanto para os consumidores.
- Cuidado com as embalagens. Um estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) constatou que caixas do tipo “K” utilizadas para o transporte de caqui eram responsáveis por 40% das perdas de toda a produção, sendo assim, ter mais cuidado na hora da escolha e manuseio dessas embalagens é essencial.
- Transporte logístico. 74% da produção agrícola no Brasil é transportada pelas rodovias, que majoritariamente se encontram em estado ruim de conservação, o que causa o alto custo adicionado nas prateleiras dos mercados.
- Preparação de alimentos. Em casa também é preciso ter consciência e não desperdiçar. Utilize as cascas, ou partes dos legumes, ainda bons, que seriam jogadas fora, para preparar caldos de legumes, ou até mesmo sopas e canjas.
Agora que você já sabe o que é “segurança e insegurança alimentar”, preste mais atenção naquilo que está a sua volta, e se torne consciente.